
As novas exposições do CIAJG sublinham a ideia de ficções de lugares. Diante da transformação dos territórios e das identidades, do fim anunciado dos “Estados- -nação” ou da crise da representatividade, as ficções de lugares imaginadas por artistas são fundadas no desejo de redesenhar o mundo. E produzem novas formas de o habitar (ou dele escapar).
A caverna, para Artur Barrio, é o lugar do tempo sem tempo, interminável laboratório do artista que escava e aprofunda toda a poesia (e avessos da existência). Para Eduardo Matos, por seu turno, a fabriqueta traduz a micro-escala da existência prosaica, e aponta para uma poesia fabril, extraída de elementos banais.
Por outro lado, o museu encena toda a coleção do CIAJG, composta pelo trabalho de José de Guimarães, as artes africanas, pré-colombianas e antigas chinesas, que pode ser vista na exposição “Heteróclitos: 1128 objetos”, no piso superior. À exceção de um desses objetos, que, isoladamente, simboliza “a parte do todo”. Conheça de perto a serpente dos povos Baga, uma máscara zoomórfica usada nos rituais de iniciação “bansonyi”, na República da Guiné, em destaque neste ciclo de exposições do museu, no piso -1.
Marta Mestre
Direção artística do CIAJG

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