SÁB 29 MAIO, 15H00
Exibição de filmes de Sarah Maldoror
"A Bissau, Le Carnaval" ("Em Bissau, O Carnaval", 1980) e "Et les chiens se taisaient" ("E os cães
deixaram de ladrar", 1978)
A Bissau, Le Carnaval 1980
Vídeo, 18’’, Cortesia
Association Les Amis de Sarah Maldoror et Mario de Andrade
O
que significa a identidade negra a partir das máscaras do Carnaval? Por ocasião
do Carnaval, a competição artística nos bairros de Bissau renasce através das
máscaras. Obra coletiva, as máscaras atualizam os rituais associados ao curso
da vida e à força que conduz o povo guineense à resistência política e militar.
Et les Chiens se taiseient, 1978
Vídeo 13’, Cortesia Association Les Amis de Sarah Maldoror et Mario de
Andrade
Gravação
de excertos da peça de Aimé Césaire na qual um narrador revoltado recita um
longo poema de dor, gritando a sua revolta contra a escravatura do seu povo. Os
dois atores, Gabriel Glissant e Sarah Maldoror, atuam nas reservas do Museu do
Homem, consagradas à África negra, e na sua encenação integram três personagens
espectadores, testemunhas silenciosas. Imagens de estátuas de madeira e vistas
de paisagens martinicanas, pontuam o filme.
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Sarah Maldoror
Nascida na cidade francesa de Condon, em 1929, sob o nome de
Sarah Ducados, filha de mãe francesa e pai antilhano. Sarah Maldoror foi uma
pioneira do cinema pan-africano. Em Paris, fundou o grupo de teatro Les Griots e adaptou ao palco obras de
Jean Paul Sartre e Jean Genet. Estudou cinema em Moscovo, foi companheira do
ativista político angolano Mário Pinto de Andrade e amiga dos poetas Aimé Césaire, Léopold Sédar
Senghor, Frantz Fanon e Richard Wright. Da sua obra, salientam-se Monangambee (1969) e Sambizanga (1972), um dos primeiros
filmes africanos de ficção realizados por uma mulher. Radicada em Paris,
realizou documentários que retratam Aimé Césaire, a artista Ana Mercedes
Hoyos, o escritor Leon G. Damas ou a actriz e cantora Toto Bissainthe,
expandindo o horizonte da história cultural negra. Faleceu em abril de 2020,
aos 91 anos, vítima de Covid-19.
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Sessão comentada por Paulo Cunha.
Doutor em Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra, docente de Cinema na Universidade da Beira Interior, investigador do CEIS20-UC e programador no Cineclube de Guimarães e nos festivais internacionais de cinema Curtas Vila do Conde e Porto/Post/Doc.
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