17 MAIO A 21 SETEMBRO
Inferno (1510-1520) Mestre Português Desconhecido

Inferno é uma das mais peculiares pinturas portuguesas, geralmente conotada com os “Primitivos Portugueses”, por referência à pintura da segunda metade do século XV e começos do século XVI. De autoria desconhecida, nesta pintura o demoníaco é associado ao universo extra-europeu: Lúcifer veste-se com um toucado de penas ameríndias, senta-se num trono africana e segura uma trompa de marfim; outro demónio está ornado também com plumagem. A datação de Inferno é contemporânea dos primeiros contatos entre indígenas brasileiros e portugueses, e sucede aos “Reis Magos” do Retábulo da Sé de Viseu que configura, de forma inédita, o indígena brasileiro no cristianismo.
A aparição desta pintura ao grande público deu-se somente em 1940, no contexto de eventos associados à Exposição do Mundo Português, entre outras comemorações. Até essa data esteve retirada, tanto por questões de conservação, como pela natureza “demoníaca” da representação, que alude à Inquisição e às crenças do Antigo Regime.
Inferno apresenta uma imagem medieval do Inferno, inventariando os suplícios eternos em relação com os pecados capitais. A figuração da Vaidade através de três mulheres nuas, penduradas invertidas com os cabelos a arder, remete para as três graças do séquito de Apolo. Os amantes unidos por um laço, simbolizando a Luxúria, no extremo oposto, parecem decorrer diretamente de Dante, mostrando a pluralidade de fontes iconográficas. O mundo ao inverso…
A convite do CIAJG, a dupla de artistas Mariana Caló e Francisco Queimadela filmou a pintura Inferno, pertencente ao acervo permanente do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa). Na exposição, é apresentada na forma de uma “aparição” ou “vertigem” que lança a seguinte pergunta: Quem é o “outro”?
Preço 4,00 eur / 3,00 eur c/d
Entrada gratuita (crianças até 12 anos / domingos de manhã)
Curadoria Marta Mestre e João Terras

Preço 4,00 eur / 3,00 eur c/d
Entrada gratuita (crianças até 12 anos / domingos de manhã)
Curadoria Marta Mestre e João Terras
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