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Madeira, cabaça, crânios de macacos, conchas, chifres, tecidos, cabelo, metal
Este objeto pertence à categoria dos fetiches, um termo que deriva da palavra portuguesa feitiço. Perseguidos pelos administradores coloniais e missionários, são objetos que inspiram medo também àqueles que recorrem aos seus serviços. Como é bem visível neste exemplar antropomórfico, o fetiche é um contentor de substâncias muito diversas associados à morte: crânios de macaco, barro geralmente do cemitério, cauris – as conchas brancas, outrora moeda para a troca de mercadorias, agora para trocas com o invisível – cornos, unhas e pele de animais da floresta, fibras vegetais etc. A ideia base do objeto-fetiche é a de ser um recipiente de forças direcionadas para um objetivo muito preciso, e que está na base de um sofrimento. Para o efeito, o objeto é integrado num programa ritual que envolve o oficiante, o consulente, muitos outros objetos, danças, bebidas, orações e alimentos. Apesar de reprimidos também pelo moderno senso comum continuam a ser muito populares, incluindo nos espaços urbanos.