Histórico
PT
A coleção do CIAJG é composta
por arte africana, arte pré-colombiana, arte antiga chinesa e obras do artista
José de Guimarães, e perfaz 1128 objetos, entre cerâmica, escultura, desenho,
instalação, têxtil, pintura, pintura e artes gráficas. Estes foram adquiridos
entre os anos 80 e 2000 no mercado europeu especializado em objetos artísticos,
arqueológicos e etnográficos e cedidos em comodato ao CIAJG, servindo de base
ao programa artístico do museu.
Ao contrário de museus
científicos ou de antropologia, a escolha dos objetos da coleção do CIAJG
corresponde à sensibilidade de “artista-colecionador” de José de Guimarães, que
neles se inspira, reelaborando continuamente um vocabulário sincrético de
referências culturais de diversas partes do mundo.
Mais que um repositório
patrimonial, submisso à imobilidade das catalogações historiográficas, o CIAJG
tem-se afirmado como um espaço “crítico” e “inconformado” que faz justiça não
só ao entendimento da complexidade da arte, do mundo e da história
perspetivados a partir “do presente”, como também ao pensamento de José de
Guimarães. O programa artístico do museu procura estabelecer perspetivas
cruzadas com o seu acervo e tornar visíveis as ligações que foram quebradas
entre os objetos, narrativas e povos de origem.
Ao existirem no contexto do museu, objetos como
os que o CIAJG cuida e preserva dão corpo a discussões difíceis sobre o
passado, o património e a legitimidade. Na sua “migração” de estatuto (função
ritual, objeto etnográfico, obra de arte, peça comercial, e agora peça de
museu) vislumbramos um percurso marcado por assimetrias de poder, violência
simbólica, comércio e apropriação. Mas também, contacto intercultural, arte,
mestria técnica, tradição e inovação cultural, orgulho cultural situado e
globalização. Uma das suas missões é o estudo do acervo no contexto das
suas comunidades e das histórias da coleção, situando-os de forma mais ampla
dentro da história colonial e da circulação de objetos etnográficos entre a
Europa e África.
Descrição